A moda evolui com o ser humano. Na verdade, essa máxima foi que me fez estudar moda – fiquei fascinada pela evolução dos costumes, das vestimentas, da aparência através dos tempos, por como podemos entender o ser humano através do modo pelo qual ele se comunica pela imagem, pelos gestos, pelo que usa.
Estamos em pleno século XXI – ecologia, direitos humanos, direitos dos animais, materiais sintéticos, marcas politicamente corretas, eu juro que achei que era essa a nossa nova realidade. Tem gente que já não usa mais nenhuma maquiagem que seja testada em animais e marcas, como a SEJAA, da Gisele (veja aqui - http://www.sejaabrasil.com.br/
Por isso o caso Arezzo (quem não sabe, leia aqui - http://m.estadao.com.br/
Para piorar, veicularam um vídeo que mostra como a pele desses animais é tirada: COM ELES VIVOS, PARA CONTINUAR MACIA. Pára o mundo que eu quero descer, eu achei que a Cruela era uma personagem de desenho animado (101 Dálmatas) e que era um apanhado de características ruins das pessoas. Pelo jeito ela existe.
Pior: hoje, é fácil fácil conseguir um material muuuito parecido com o original (e falemos a verdade, só vamos saber se é parecido se tocarmos no original... humm, não, obrigada!), lindo igual, com mesmo efeito. Quantos desfiles terão que ser parados por ativistas? Quantas marcas terão que ser boicotadas? Quantos animais terão que entrar em extinção para que as pessoas acordem?
Aparência, gente, é só aparência. Aí vem o pessoal da Arezzo e compara com quem come carne! Primeiro que já tem uma boa parte da população mundial que é vegetariana, ou seja, há um movimento que até na área da alimentação questiona o uso de matéria prima animal. Segundo que uma coisa é a gente mudar um hábito de milênios quando somos considerados carnívoros. Outra é escolher usar um acessório (totalmente desnecessário, apenas complemento de aparência) que existe porque um animal sofreu uma violência absurda (que eu saiba, matam o boi antes de cortar os pedaços para vender, entenderam?).
Enfim: não há desculpa. E foi lindo ver o poder das redes sociais, o quanto as pessoas ficaram indignadas – a moda é feita por nós, para nós. O consumidor manda e precisa ser consciente disso para exigir o que realmente lhe interessa. E é isso aí.
Ah, e vejam a resposta da Arezzo:
http://vejasp.abril.com.br/
(“contanto que seja legalizado, tudo bem”... afe)
Por: Kati Zanatta (Colaboradora)