sexta-feira, maio 14, 2010


Hit faz mal a cabeça

Hit” é uma expressão inglesa utilizada para definir uma música que é muito popular, de grande sucesso no mainstream e comercialmente significativa.

Por exemplo, tal música é um hit, ela “acertou em cheio”. Realmente, para qualquer artista é uma grande realização ter sua música estourando nas paradas de sucesso, em todas as rádios, em downloads frenéticos, na boca e nos ouvidos de todo mundo.

No entanto, em 99% dos casos o hit foi feito para estourar, pra ser pop, para agradar. Ele segue fórmulas de sucesso, maneiras de fazer, a estrutura musical ‘estrofe-refrão-estrofe-refrão-ponte-refrão’, frases repetitivas e/ou de efeito, histórias de amores perdidos, o refrão mais intenso que as estrofes, a ponte dissonante, boas produções, etc. Pronto! O hit está feito.

Com certeza muita gente adora ligar o rádio ou dançar numa pista uma música que todo mundo conhece e sabe a letra de cor. E com videoclipe então? Decoram coreografias, identifica o look associado a tal música e tenta decifrar as referências.

Mas, assim como em qualquer outra coisa na vida, hit em excesso faz mal. Ele enjoa, cansa e pior: ensurdece. Hit demais é como um cabresto. Ele prejudica a crítica e opinião individual, a ampliação do conhecimento, a sensibilidade artística e a capacidade de apuração do que nos agrada...ou não.

Música é arte. É uma ferramenta poderosa. É necessário observá-la (sentir o ritmo, os elementos que a compõem, a atmosfera, o sentimento que ela cria e uma série de outras coisas) antes de julgá-la. Um bate-estaca discontrol não garante uma boa música e “nem só de hit viverá o homem” (guarde no coração).

Este post não é anti-hit.

Mas ando notando muita gente acomodada (musicalmente falando) com falta de imaginação, feeling, groove; estagnados, ouvindo muita porcaria por aí – e o pior: sem saber do que se trata e/ou com a mente fechada para novas possibilidades.

É da experimentação e apropriação que surge o novo, em tudo.

Então, liberte seus ouvidos, sinta a música, abra a sua cabeça! Música é muito mais que um refrão chiclete colado na testa. Independentemente do seu estilo, permita-se (… ou não. Daí! Azar o seu).

Por que estou falando isso hoje? Por que ontem, minha filha de 4 anos veio me contar que dois amiguinhos da escola dela sabem dançar o Rebolation. E ela me perguntou o que era isso. Respondi de uma forma que ela entendesse, expliquei que é uma música com coreografia, mas deixei bem claro que não é apropriado para a idade dela e nem que vá trazer nada de bom.

Concluindo...vamos ser mais seletivos com as coisas que ouvimos. Principalmente tentar dar uma cultura decente para nossas crianças.


Essa é a Alice, minha filhaaaaaaa. Com 2 aninhos, não é fofa?!?!?!?!?!



Trechos tirados do MsnModa, de Ad Ferreira.

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